A viagem para a Itália foi longa e cansativa até, mas incrível. Acho que é um país que se deve conhecer por excelência, principalmente pelo capítulo importante que este ocupa na história mundial, devido a Roma.
Conhecemos só duas cidades, Veneza e Roma. Quero muito conhecer outros lugares, mas isso infelizmente terá que ficar para um outro momento.
Como a viagem foi longa, vou dividir o post em dois grupos, cada um falando das cidades que visitamos, das impressões que tivemos e algumas dicas.
VENEZA
Não sei porque algumas pessoas criticam Veneza, pois para mim, como turista foi impossível não se encantar com a cidade. Ela é ímpar, nenhuma outra cidade no mundo é assim, possuindo canais ao invés de ruas, ou melhor, onde antes eram ruas.
Realmente, algumas partes da cidade cheiram mal, alguns prédios são velhos, mas isso não minimiza o charme de Veneza e os esforços dos locais para fazer uma cidade cada vez mais receptiva. Como eu comentei com o Gustavo, a população "fez do limão uma limonada", porque eles transformaram um grande probema, a inundação, em atração turística.
Adoramos Veneza, com certeza vamos voltar.
O passeio de gôndola foi uma das despesas mais caras que tivemos (fora os hotéis), mas também uma das coisas mais incríveis que fizemos. O passeio é uma delícia, se pode ver a cidade de outros ângulos e também se pode constatar a imensa habilidade dos gondoleiros, uma atividade que muitas vezes passa de pai para filho.
Veneza é diferente porque ao invés de pegarmos ônibus para nos deslocarmos, usamos vaporeto, na cidade só uma pequena ilha circulam carros e essa não é a principal do arquipélogo.
Mas tudo isso tem um custo, Veneza não é uma cidade barata, para começar pelo transporte público para se ter uma idéia, 1 ticket de 1 hora custa 6 euros. Acho que para a população local não deve ser fácil morar lá.
Nesta época do ano Veneza é tomada por um forte nevoeiro, que já começa a cair na metade da tarde, por volta das 16hs; mais ou menos 16hs30min o sol já começa a baixar e 17hs já é noite fechada.
O hotel que nós ficamos era bem localizado, próximo a praça São Marcos, que é o principal ponto turístico da cidade. Relativamente barato para os padrões venezianos, é muito confortável, com frigobar e um bom café da manhã.
Albergo Al Tiepolo, Campo SS. Fillippo e Giacomo, Castelo 4510 - Venezia, Tel. 0039 0415232415, www.hoteltiepolo.com
Foi excelente para nós, que muitas vezes retornávamos para o hotel durante o dia para irmos ao banheiro (eu), ou para colocar a bateria da máquina fotográfica para carregar (em Roma nos obrigamos a comprar uma sobressalente).
Em Veneza, muitas atrações são gratuitas, como a Praça São Marcos ou a própria Basílica de São Marcos (que já aviso não se pode entrar de mochila, provavelmente eles vão indicar um guarda-volumes próximo que é pago, nós retornamos ao hotel, já que era próximo e deixamos a mochila lá, bolsa pode entrar), mas para ter acesso ao terraço, é necessário pagar 4 euros por pessoa, mas vale a pena.
Outro lugar que é pago mas tem que ir é subir no Campanário, custa 8 euros por pessoa, sobe-se de elevador e se tem uma vista incrível.
Também, se tiver condições faça o passeio de gôndola, não é barato, sai em média 40 euros por pessoa, por 30 minutos, mas é fantástico.
Pode-se fazer também, e ai não sai tão caro é comprar um passe para o vaporeto para 12 ou 24 horas (dependendo do tempo que se tem para desfrutar da cidade), custando 16 euros o passe de 12 horas e 18 euros o passe de 24 horas, assim, se pode conhecer diversos lugares do arquipélago.
Mas principalmente, não deixe de caminhar por Veneza, acho que esse é o seu principal atrativo, suas vielas misteriosas, com seus canais e pontes... nós iniciávamos caminhando querendo chegar em um determinado ponto, m as vezes éramos surpreendidos por becos que nos levavam a lugares incríveis, o que acabava sendo divertido.
Caminhe por Veneza tanto durante o dia como a noite, vale a pena!!!
Ahh, nota, em Roma, mas principalmente em Veneza não existem quadras, ou seja, se o mapa manda dobrar a próxima a direita, dobre, pq se resolver achar que a seguinte dá, que vc dá a volta na quadra e tudo bem, é capaz que você acabe em outra dimensão, vá por mim, não tente isso!!!
Não posso deixar de indicar um restaurante em Veneza, que fomos jantar na nossa última noite na cidade após irmos na opereta (simmm, fomos em uma opereta em Veneza, não podia perder essa oportunidade). Neste restaurante comi uma massa com abobrinha e camarão, que só de lembrar dá água na boca.
Chegamos em Veneza no entardecer de sexta-feira e deixamos a cidade cedo pela manhã de segunda-feira, foram dois dias inteiros por lá, o que é mais do que suficiente.
Neste período ainda fizemos um passeio pelas ilhas de Torcello, que é a mais antiga do arquipélago,
por Burano, que é conhecida por suas lindas rendas
e por Murano, mundialmente conhecida por seus cristais. Esse passeio que ao total durou 3hs30min custou 20 euros por pessoa, com direito a uma visita a uma fábrica de cristais com a demonstração de um mestre vidraceiro. Em Burano, podemos ver a demonstração de uma rendeira.
ROMA
Chegando em Roma, a primeira impressão é que acidade é grande e confusa. Principalmente depois de já estar quase 3 meses em Nantes e 2 dias em Veneza. Muita buzina, muitas vespas (as lambretas), realmente, estas são uma marca da cidade, que eles andam com aquele capacete aberto na frente, típico de um filme italiano.
Os italianos parecem ter saído de uma novelas das 8, são agitados, falam naturalmente alto, qualquer conversa pode virar discussão em minutos, falam “mama mia” toda hora e também “prego”, “prego”é usado pra tudo, em diferentes momentos e situações. Só fiquei impressionada com um pouco de falta de educação dos romanos. Eles são mal educados no trânsito, não respeitam muito faixa de segurança nem sinaleira (alguma coisa familiar pra vcs?).
Sinceramente, sem ofensas, achei os romanos um pouco resmungões e também, não disfarçam quando não querem falar contigo, mas isso não foi a maioria, já que também ,quando eles querem te tratar bem, te tratam realmente bem, querem saber se qual região do Brasil que somos, se estamos gostando da Itália, todo esse tipo de coisa.
Uma coisa que eu acho que a cidade de Roma peca é a sinalização de suas atrações turísticas, existem poucas placas indicando os lugares,ou até mesmo dentro dos locais é difícil as vezes se deslocar (por ex, como no Coliseu, demos umas 3 voltas por todo ele para achar a escada que nos levava ao segundo piso, o qual se tem acesso livre, já que nenhuma placa indica onde a escada está localizada, ou como também nas termas de caracala, que é um quarteirão inteiro e é preciso ter sorte para adivinhar o lado correto da entrada, senão você irá dar a volta por toda a quadra, como foi o nosso caso).
O metrô,por questões lógicas (de relíquias históricas) é limitado, e achei difícil entender o sistema de ônibus, começamos a entender quando já estávamos indo embora. Mas fora todos esses comentários, de forma alguma Roma deve ficar fora de um roteiro turístico pela Itália ou pela Europa. A cidade respira história, é incrível você ver uma construção do ano 1.600, 1.700 e achá-la “jovem”, perto das ruínas, monumentos e prédios da época de ouro do império romano.
Ficamos em um hotel simples, mas muito legal em Roma, muito bem localizado, quase do lado do Coliseu, uma diária também barata, com um café da manhã simples, o quarto é limpo, o banhiero também e o banho é muito bom.Com certeza recomendamos.
O Coliseu sem dúvida impressiona em todos os sentidos, ele é enorme ainda para os nossos padrões, imaginem na época em que foi construído (72 D.C). Se pensarmos que, caso ele não tivesse sido saqueado, suas estruturas metálicas retiradas, ele não teria ficado fragilizado e estaria inteiro até hoje, realmente, ele foi construído para ser eterno, assim como Roma, que é a “cidade eterna”.
Poderia ficar horas aqui falando da magnitude do anfiteatro Flávio (real nome do Coliseu), das tecnologias aplicadas na época, mas também ninguém ia ler este post até o fim.
Mas acho que aqui cabe uma dica muito legal, existem duas partes no Coliseu que se tem acesso com visita guiada_ com guias do Coliseu, e não aqueles que ficam do lado de fora te abordando e oferecendo visitas guiadas. Para esta visita guiada “oficial” se paga 8 euros por pessoa além do ingresso, mas vale,a guia dá explicações muito legais sobre o lugar, o que é bárbaro, e fora que também se tem acesso ao terceiro andar, a parte da arena reconstruída e ao “subsolo”.
O ingresso para o Coliseu e para o Foro Romano e Palatino custa de 9 a 13 euros ( o valor mais alto quando estiver acontecendo algum tipo de exposição).O ingresso dá acesso aos dois lugares, que ficam um na frente do outro, mas tome cuidado com a seguinte “pegadinha”, esse ingresso é válido por dois dias, ai você pensa que pode visitar, por ex, parte do Foro Romano num dia e terminar no outro ( pq o lugar e enorme), e vc não vai ter sucesso!!! Só se pode entrar uma vez em cada atração, ou seja, se já entrou no Foro um dia, no outro, você terá que comprar um novo ingresso, caso queira retornar. A idéia dos dois dias é que você possa visitar o Coliseu num dia e o Foro Romano no outro, mais isso, esse porém, não é informado nem está escrito em lugar algum (mais um problema da falta de informação da cidade) e você só descobre isso ao tentar retornar para a atração no dia seguinte e é informado de que como já visitou o local, seu ingresso não é mais válido lá.
Bom, não deixe de visitar o Coliseu, nós fomos duas vezes lá e nos encantamos.
Outro local que vale a pena destacar são as “Termas de Caracalas”, é um local imenso, que ocupa um quarteirão inteiro. Ali, era possível tomar banho até 1.600 pessoas ao mesmo tempo, em salas divididas em banhos frios, mornos e quentes, e como Roma não tem águas termais naturais, esses banhos eram aquecidos artificialmente. O ingresso para as termas custa 6 euros.
Não deixe de ir também no Panteón, é o prédio da época do império romano mais bem preservado, com seus adornos, decorações e revestimentos da época, ele data do mesmo período do Coliseu.
Também, conheça a Fonte Di Trevi e a Praça Espanha, são dois lugares incríveis e free!
De resto, caminhe muito por Roma, é legal, até porque essa parte mais histórica fica perto, podendo ser feito a pé, mas de tênis, porque é perto “pero non mucho”.
Existem vários outros lugares que deveríamos ter ido, mas não deu, vamos ter que esperar uma próxima visita a Roma.
Bom, não pensem que esqueci o Vaticano, deixei por último propositalmente, fomos lá duas vezes e com certeza foi um dos locais mais emocionantes que já estive. Tivemos a sorte de ao chegarmos na Praça São Pedro, encontrarmos o Papa passeando de papamóvel, já que ia ter uma cerimônia na praça.
Sabe, acredito muito em energias, e acho que milhares de pessoas orando, vibrando numa mesma sintonia, para o bem, dá uma sensação de e paz e emoção, foi impossível não me emocionar ao ouvir o Papa dar a benção inicial da santíssima trindade em latim, foi de arrepiar.
Seguimos para o museu do Vaticano, já que a Basílica São Pedro estava com o seu acesso fechado, devido a cerimônia que estava ocorrendo. O museu do Vaticano é legal, é um “Louvre”em miniatura, me surpreendi pq achei na minha ignorância que só ia encontrar coisas da igreja. É pelo museu que se tem acesso a Capela Sistina, LINDA!!! Infelizmente para os turistas, mas felizmente para a preservação da obra, não se pode fotografar lá dentro, então, aproveite para admirar as obras primas que estão ali pintadas.
Depois disso, com a cerimônia terminada, tivemos acesso a Basílica, que é colossal, linda, imponente, logo na entrada, ao lado direito, encontramos a Pietá de Michelangelo, obra feita pelo artista aos 24 anos de idade, em uma peça única de mármore de carrara. É a única obra do artista assinada.
Após nos impressionarmos com a grandiosidade da basílica, fomos até as criptas, que é o local onde estão os restos mortais de Pedro, o 1º Papa da Igreja Católica, bem como outros santos e papas, inclusive de João Paulo II, e foi lá que tive o segundo momento emocionante nesta viagem, as pessoas orando ajoelhadas em frente ao túmulo, realmente, a imagem e memória dele ainda tem muita força para os fiéis, sendo que ele faleceu em 2005.
Retornamos outro dia para o Vaticano para poder subir na cúpula, já que a primeira vez, até chegarmos lá, o seu acesso já estava fechado.
A subida a cúpula conta com dois estágios, o primeiro que pode ser feito a pé ou de elevador e o segundo que só pode ser feito pelas escadas. Conselho, faça o primeiro trecho de elevador, e poupe seu fôlego para o segundo estágio, já que são 320 degraus, de uma escada em um corredor estreito e com trechos em que a parede fica inclinada.
Mas o sacrifício é válido, quando se chega ao alto e se tem uma vista magnífica, inclusive para os jardins do Vaticano (que só se tem acesso com visita guiada).
Ao final desses oito dias estávamos exaustos e com vontade de retornar pra casa, mas felizes pela linda viagem que fizemos e pelos belos lugares que conhecemos.
Realmente, é muito bom viajar, mas melhor ainda é poder voltar. Eu cantava no guichê do check in da Easy Jet “eu tô voltando pra casa, de vez...”, a atendente me olhou com cara de louca sem entender nada.
Bom, deixa assim, ela não precisa entender mesmo, já que a felicidade é de cada um!!!
