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segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Ahhhhh Paris!!!!!!!!!!!!



Minha 1a vez em Paris foi para comemorar meu 1o ano de casada. Nada mais romântico que, depois de 3 anos de França, nos despedirmos da cidade Luz acompanhados do nosso bem mais precioso e nossa mais linda lembrança francesa, nosso amado filho Artur.

outubro de 2010

dezembro de 2013
 
Eu queria que esta última visita fosse diferente. A maioria das vezes que fomos foi acompanhando visitas que recebemos. Poucas foram as vezes que visitamos Paris sozinhos e por isso sempre fizemos a parte turística clássica : Torre Eiffel/Arco do Triunfo/ Champs Elysée/ Château de Versalhes. Nunca tivemos a oportunidade de explorá-la mais.

Infelizmente uma exploração mais completa ficará para uma outra estadia. Mas dessa vez eu só queria caminhar por Paris, me livrar da obrigação de ter que chegar em algum lugar, pegar fila e etc.

Para isso, pedi ao meu marido reservar um hotel em um dos bairros mais charmosos parisienses no meu ponto de vista, o Montmartre.

Também, por questões de conforto, fomos de carro já que a nossa última ida à Paris foi um pouco caótica, no que diz respeito à acessibilidade do mêtro mais especificamente falando.

A viagem foi super agradável, com um sol lindo. O outono para mim é a estação do ano mais bonita. As cores das folhas são dignas de uma obra de arte.

Chegando na região parisiense, logo avistamos os prédios do bairro La Defense e em seguida a torre. É incrível como ela me surpreende ainda hoje, como se fosse a primeira vez. .

Foi muito interessante entrar em Paris de carro. Fora o trânsito que é bem mais caótico que em Nantes, foi legal pois vimos a cidade em uma outra perspectiva. Inclusive, quando passamos por um cruzamento, ao olhar para direita, vi passar rapidamente, mas não desapercebido, o imponente Arco do Triunfo.

Após darmos entrada no hotel, subimos para a parte alta do bairro, mas com o objetivo de explorar. Fugimos das zonas mais turísticas. Exploramos ruas, becos e alamedas que antes infelizmente passavam desapercebidas.









Eu adoro o Montmartre. Ele é um bairro no qual seus moradores tem uma identidade muito forte. Ele foi o primeiro bairro de Paris a ter uma associação de moradores, com registros e catálogo de fotos e informações.

Ficamos caminhando, fazendo fotos. Esperamos anoitecer – o que nessa época do ano  acontece por volta das 17h30min, que quando se está com um bebê é ótimo porque se pode “fazer uma noite”.





Fomos admirar a torre iluminada e a Place du Tertre decorada para o Natal. Eu não queria ir embora, nem que aquela noite acabasse. Foi muito lindo e frio. 






Pela manhã, tomamos o café-da-manhã em um café chamado Café Montmartre, nada mais típico né. Não foi o lugar mais barato que poderíamos ter escolhido, mas era um lugar cheio de charme, como despedida, valeu a pena. 



Aproveitamos para visitar o museu do Montmartre. Acho que essa é uma atração que se você tem tempo limitado, não sei se digo para visitar, mas, se você vai explorar a cidade, eu os convido a entrar e descobrir uma linda propriedade, com jardim, árvores e até um pequeno vinhedo no coração do bairro. Por momentos, você esquece que está em Paris. Acho que isso é o que me encanta no Montmartre, ele é em si um símbolo de Paris, mas ao mesmo tempo você consegue esquecer que um pouco mais abaixo existe uma cidade pulsante. 

Entrada do Museu do Montmartre

Parte do pátio interno do museu

Vinhedo que está ao lado do pátio do museu. Um vinhedo bem no coração do Montmartre. Quando você ia imaginar uma cena dessas em Paris???? 



O fato de não termos planejamento nem objetivos foi o mais especial , porque deixamos que Paris nos guiasse.  E Paris nos levou em um dos lugares mais lindos e suntuosos que eu já visitei, a Opera de Paris.

Você que está lendo este post deve estar pensando nessa hora, mas essa mulher não está dizendo nada de novidade, pois o prédio da Opera, o bairro do Montmartre são atrações turísticas conhecidas. Sim, eu sei, concordo. Mas eu nunca pesquisei o que fazer em Paris e como sempre fui acompanhando alguém que estava conhecendo a cidade pela primeira vez, deixava que os convidados dissessem o que gostariam de ver. Eu já tinha lido algo sobre que a Opera de Paris era um lugar bonito a se visitar, mas eu nunca tinha visto fotos, nem lido ou procurado nada a respeito então me surpreendi.... não criei expectativas, simplesmente fui contornando o prédio, achando sempre uma fachada mais bonita que a outra até que o interior terminou por coroar essa linda surpresa. O lugar é divino. 








E assim, mais uma vez surpreendida por Paris, nos despedimos da capital francesa com a certeza de ter dito só um à tout à l’heure. 




Sobre Paris, acho que se encontra muito mais informações práticas sobre a cidade em outros blogs ou sites, mas, mesmo assim vou dar algumas pequenas dicas.

- Indo de Nantes, em trem (TGV), você chegará na gare de Montparnasse. A viagem dura, em média, 2 horas. A estação de trem é enorme e se chega em um ou dois níveis inferiores que a saída (não lembro direito), ou para pegar o metrô. Normalmente, infelizmente, a estação não conta com os elevadores funcionando, nem com escadas rolante, dessa forma você terá que subir e descer muitas escadas carregando a sua bagagem. Isso não é só na Montparnasse é na maioria do metrô parisiense. Então leve POUCA BAGAGEM, você vai me agradecer se seguir este conselho!!!!!! 
- Paris é uma cidade grande e atrai tudo que é tipo de gente, inclusive os batedores de carteira (pickpocket). Existem muitos por toda Paris. Há gangues de mulheres, de crianças, todas especializadas em pequenos furtos. Eles estão por toda a parte, no Louvre, na torre, nas ruas (atenção aos lugares famosos como Champs Elysée, por exemplo), mas principalmente no metrô, tome muito cuidado!!!  Isso está ficando tão sério que a alguns meses atrás os funcionários da torre fizeram uma manifestação pedindo mais segurança porque eles estavam começando a sofrer ameaças pelos criminosos.

- Visite Paris de tênis ou um calçado bem confortável. Caminha-se muito. Se possível, entre lugares que não são muito longes, opte em ir caminhando ao invés de pegar o metro. Você vai cansar também indo de trem então, já aproveite para conhecer mais um pouco da cidade.

- No palácio de Versalhes, para conhecer os jardins ALUGUE O CARRINHO DE GOLF que é oferecido. Outra dica que você me agradecerá. São 30 euros 1 hora, mas vale cada centavo. Porque os jardins são enormes e ainda existe os Domínios de Maria Antonieta, que fica longe e fazer tudo isso a pé, depois de ter visitado todo o chatêau e ter ficado na fila pra entrar é impossível.

- Duas vezes que nós fomos com outras pessoas para Paris, nós optamos em alugar um apartamento pelo site Airbnb (www.airbnb.com). São particulares que colocam seus apartamentos para alugar. Muito interessante porque às vezes se tem uma diária só um pouco mais cara que de um hotel, mas se você está em mais pessoas pode dividir o valor e isso pode ser vantajoso. Também, optamos por isso por causa do Artur. Já fizemos isso, como eu disse 2 vezes em Paris e em Londres e adoramos. No site você faz um filtro por zona da cidade, preço, numero de quartos. Pessoas que já alugaram esses locais deixam suas opiniões. Até hoje, sempre fomos bem exigentes com relação as opiniões, sempre prestamos muito a atenção a isso e nunca tivemos surpresa.

- Nessa última ida a Paris ficamos em um hotel. Pela primeira vez em Paris, achamos um hotel que nos agradou (hotel Audran – www.hotelaudran.com). Simples, limpinho, perto de tudo, ótima localização. Recomendo. Obs. Claro que na nossa primeira vez em Paris também amamos o hotel, mas, como era para uma ocasião especial, pegamos um hotel um pouco mais condizente com a data (aniversário de 1º ano de casamento) e por isso não é um hotel que se pode ir para ficar muitos dias.

- Se você tem um smartphone, baixe o aplicativo do metrô, mega útil. Mas para usá-lo precisa ter internet. Se você está morando na França e tem uma linha telefônica com dados, você terá 3G e não terá problema quanto a isso. Caso você só esteja passeando, saiba que lugares como Mcdonalds, Quick, Starbucks oferecem interenet. Para evitar abusos, muitos lugares estão fornecendo senha para a rede nos tickts do caixa, ou seja, é preciso consumir. Mas, o que a gente faz muito quando vai a Paris é traçar a rota e salvar a tela, já que no subsolo do metrô nem sempre se consegue sinal 3G. Então você pode ir em algum desses lugares trace as rotas, salve e aproveite o passeio. Também, caso queira ter mais liberdade é possível comprar um chip de alguma companhia telefônica que ofereça serviço de dados.

- Muitas atrações vendem ingressos on line, inclusive a Torre Eiffel e Chatêau de Versalhes, você evita uma boa fila. 
- Em toda a França, no primeiro domingo do mês os museus são gratuitos, inclusive o Louvre – estão excluídos disso os museus privados. Chegue cedo, ele abre as 9hs, esteja na fila 1 hora antes, mas vale a pena, são 10 euros que se economiza.

- Não esqueça, a França vai muito além de Paris e Côte D’Azur!!!! Não gaste todo o seu tempo e dinheiro na capital francesa, pois “L’Hexagone” oferece muito mais.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

O que visitar ao entorno de Nantes



Este foi um dos posts mais trabalhosos até hoje e por dois principais motivos. O primeiro foi que eu tive a idéia sobre o tema mais ou menos 1 mês antes de nos mudarmos de volta para o Brasil então foi um período punk, não conseguia me concentrar para escrever. O segundo foi que todos esses lugares nós conhecemos de carro e a idéia do post foi de indicar os lugares para se visitar em trem, então tive que pesquisar quais os trens que passavam, média de preços, tempo de deslocamento etc. Foi  difícil mas o resultado ficou bem legal. Dou uma pequena opinião pessoal sobre os lugares que já visitamos e coloco alguns dados. Tentei ser sucinta, por isso, posso ter omitido alguns dados ou informações importantes, então, caso tenham perguntas ou dúvidas, mandem!!! Se eu souber, terei prazer em respondê-las. 

Todas as informações sobre os trens, eu busquei no site da SNCF.

CLISSON

Clisson é um destino obrigatório para quem está em Nantes, mesmo de passagem bem rápida.  Fica em média a uns 15 minutos de Nantes e é uma graça. 

A cidade foi destruída em uma das tantas guerras que presenciou (Levante de Vendée em 1793) e foi reconstruída em linhas italianas, estilo da Toscana. Essa linha arquitetônica ainda pode se ver em alguns prédios da cidade. 

Eu gosto muito de Clisson,com o seu Chatêau à beira do rio Sèvre Nanteaise que, mesmo em ruinas ainda guarda uma imponência e força.

Como chegar à Clisson:

- TER direto, fica entre 15 minutos à meia hora. Valor, em médi 5,60 euros.
A Gare de Clission fica à 4 minutos a pé do Chatêau e do mercado medieval.

O que visitar em Clisson:

-Chatêau de Clisson, o qual o início da construção data do século XI. É lindo, mesmo em ruínas. 



-Pont de la Vallée – fica logo abaixo do castelo. Data do século XV. Construída em granito, ela possui 5 arcos com tamanhos diferentes. Diz a história que o motivo dos arcos serem irregulares é que, em caso de uma invasão, se destruiria os arcos pequenos, assim a cidade ficaria isolada e os arcos maiores permitiriam a fuga pelo rio. 



- Les  Halles de Clisson – mercado medieval que data do século XV, situado bem no centro de Clisson, ao lado do castelo. Até hoje acontece uma feira nas terças e nas sextas. Esse local abriga o mercado desde a idade média quando os produtores se deslocavam para bem próximo ao castelo e dessa forma atrair a atenção dos nobres para seus produtos.

ANGERS

Adoro ir a Angers. Acho a cidade super simpática, ela é grande, como Nantes e super agradável. Chegando de carro, o castelo fica bem na entrada da cidade, é incrível estar chegando e se deparar com aquela fortaleza imponente.  Eu já falei de uma visita nossa a Angers neste post aqui. É um dos meus castelos favoritos. 

Um fato curioso sobre Angers, lá foi assinado o documento que unificou a língua francesa. Até aquele momento, o país tinha vários dialetos e formas variadas do francês. Assim, o francês falado em Angers e região é considerado “sem sotaque”.

Como chegar à Angers:

- TGV – tempo: 48 minutos e custa em média, 13 euros.
A Gare de Angers fica à 3 minutos a pé do chatêau.

O que visitar em Angers:

- Chatêau D’Angers: construído em ardósia, entre 1230 e 1240.
Desde 1950 o castelo abriga a coleção de tapes “O Apocalipse” é a maior coleção de tapetes do mundo. Ela data do século XV. 



- Maison d’Adam – uma casa bem no coração da cidade, em estilo medieval.
 
- Em frente ao castelo existem ruelas com construções medievais. Muito lindo, vale muito a pena dar uma caminhada por lá.

SAINT MALO

Nossa parada obrigatória todas as vezes  que fomos ao Monte Saint Michel. A parte antiga é murada. Ela foi construída dessa forma para se proteger contra a invasão dos piratas. Por isso, ela é conhecida carinhosamente como a “cidade dos piratas”. 

Ela fica na Bretanha, quase divisa com a Normandia. Quase todo o litoral oeste da França sofre com um fenômeno muito interessante, a maré montante. Isso se observa bem lá no Monte Saint Michel. É gritante a diferença de nível do mar durante o dia. Nós passamos um final de semana lá e notamos bem o fenômeno. 

Essas fotos foram tiradas do mesmo local, no mesmo dia em diferentes horários. Nelas, se vê bem o fenômeno da maré montante.


Saint Malo é um lugar interessante para se passar um final de semana. É possível ir e voltar de Nantes no mesmo dia, mas se der, vale a penapassar uma noite. A cidade é super agradável e pode-se fazer toda a parte histórica a pé.

Nós ficamos no hotel “Anne de Bretagne”e gostamos. Recomendamos. 

Como chegar em Saint-Malo:

- Em TGV ou TER pode durar de 3 horas à 3h40, e de 30 a 35 euros (em média)
A Gare fica à 5 minutos caminhando até a “Saint-Malo Intramuros”.

O que visitar em Saint-Malo:

- Chatêau de Saint-Malo: hoje abriga a mairie de Saint-Malo, mas foi construído pelo Duque da Bretanha.
- Catedral “Saint Vicent de Saint-Malo « , no coração da cidade histórica
- Visite toda a Saint-Malo Intramuros. Você não vai se arrepender. Lembro até hoje do impacto quando vi toda aquela cidade murada, foi incrível e inesquecível.  Pode-se caminhar por boa parte da muralha, igual ao Chatêau de Nantes. É muito interessante.

- Piscina na praia com direito à trampolim. Na década de 20 foi construída uma piscina dentro do mar, para que se pudesse aproveitar melhor a praia, já que a região é bem rochosa. A piscina enche todos os dias com a água do mar, que se renova pela grande variação da maré. 

- Curta a praia. Relaxe, aproveite o verão para sentar na areia e curtir um sol. Não perca tempo, a estação do sol passa muito rápido!!! 




VANNES

Vannes é uma cidade com um centro medieval muito bem preservado. É lindo!!! Assim como Saint-Malo ela também tem uma parte intramuros. 

Essas muralhas são resultado da fortificação construída entre os séculos III e XVII, para proteger a cidade de saqueadores e inimigos.

Como chegar em Vannes:

1h26min. Nantes à Vannes em TER direto.  22 euros em média.  16 minutos caminhando da Gare até o Chatêau e centro histórico.

O que visitar em Vannes:

- Catedral de Vannes – Construída, originalmente em granito e estilo românico em meados dos anos 1020. Ela passou por vários adaptações, até o século XII, início do século XIII quando atingiu o estilo gótico.  Ela fica dentro da Vannes intramuros

- Place Henrie IV – um dos pontos mais famosos da cidade. Se você colocar no google “Vannes”e clicar em imagens, provavelmente as primeiras fotos serão dessa praça.  Nada mais é do que um espaço, mas cercado de prédios em estilo medieval.  Logo atrás dessa praça, encontra-se a catedral. 




- Vannes intramuros: Caminhem, caminhem e caminhem!! A cidade é linda, convidativa, agradável. Uma das saídas da parte velha dá para uma marina, um pôr-do-sol ali é algo que não se pode perder. 

- Jardins do Chatêau de L’Hermine: Quando nós fomos visitar a cidade, eu só conhecia as fotos do centro histórico, nunca tinha visto nenhuma foto dos jardins ou do chatêau. Chegando lá, começamos a seguir as placas para chegar no tal chatêau, e qual não foi a nossa surpresa quando nos deparamos com os jardins. Algo lindo, que parece cenário de filme. Para ter visão dos jardins, é preciso sair da parte murada da cidade, já que ele fica onde seria o “foço” do castelo. 



- Chatêau de L’Hermine: O prédio de hoje data de 1785 e mais nada tem a ver com a fortificação medieval que existia no mesmo local. Ele foi a residência oficial dos Duques da Bretanha entre os séculos XIV e XVI.

FOUGÈRES

Fougères é uma cidade que só tivemos o prazer de visitá-la uma única vez e rapidamente, mas que gostamos muito. Com um centro histórico muito bem preservado, você se sente naqueles castelos de desenho animado, algumas torres com telhadinho, muito legal. 

Esse castelo conta com algumas “modernidades” para a época em que foi construído (século X), como por exemplo as torres com “banheiros” em cada andar e uma dessas torres possui uma circunferência perfeita. Isso é significativo considerando que naquela época não era tão óbvio construir uma torre perfeitamente redonda.

Como  chegar em Fougères: 

3h40 em trem. De Nantes à Angers em TGV, depois de Angers até Laval e Laval até Fougères em ônibus. Preço em média 38 euros.

O que visitar em Fougères:

- Chatêau de Fougères:  É um dos mais imponentes castelos-forte da França. Ocupa uma superfície de 2 hectares. É visto por alguns como a “maior fortaleza da Europa”. Realmente impressiona. A vista que se tem do alto dá a nítida de impressão de estarmos em uma outra época, podemos nos sentir um pouco na idade média.  Infelizmente, os aposentos dos senhorios estão em ruinas, mas as suas torres estão intactas. Realmente, este é um lugar que merece uma visita. 



O castelo, assim como seus arredores está classificado como monumento histórico desde 1862. 

- La porte Notre-Dame:  Datada do século XV com uma dupla ponte-levadiça. É a única porta fortificada da cidade que ainda existe.  

MONTE SAINT MICHEL

Este ficou por último e não por acaso. Um dos lugares mais mágicos que já visitei. Destino obrigatório para a galera que está passando um tempo em Nantes. 

Simplesmente existe um mosteiro com uma vila medieval ao redor construído em cima de uma rocha que, por algumas horas do dia é uma ilha. Mais uma linda influência da maré montante que existe no litoral oeste francês. 



Existe um calendário em que podemos ver quando terá maré alta e por isso eu e o Gustavo sempre sonhamos em passar uma noite lá, já que existem hotéis na vila medieval para ver o monte cercado de água. Infelizmente, mais uma coisa que ficará para depois. Mas, fica a dica, passar um final de semana lá quando estiver previsto maré alta. Você pode consultar as datas no site oficial do monte, clicando aqui.

A primeira construção no local, dedicada ao arcanjo São Michel é datada do ano 709. Conta a história que os monges beneditinos doavam alimento para os pobres uma vez por semana. Dessa forma, começou a nascer a vila medieval que existe ao redor da basílica.

Como chegar no Monte Saint-Michel 

- Em trem, dura 3h30. De Nantes até Rennes em TER e depois  de Rennes até o Monte Saint-Michel em ônibus.
Preço em média 37,50 euros.

O que visitar no Monte Saint-Michel

O Monte-Saint Michel é composto pela vila e pela basílica. A entrada na vila é gratuita. Você pode passar o dia só nela. Existem restaurantes, lojas, hotéis e muita coisa linda para visitar.




A entrada na Basílica é paga, a última vez que fomos custava 8 euros. Mas vale a pena, porque se tem acesso ao ponto mais alto do monte pela basílica e é incrível percorrer todos aqueles corredores frios e de pedra e imaginar como aqueles homens viviam isolados só servindo ao Senhor.  Não precisa pegar visita guiada, o sentido da visita é bem marcado. Também, existem folhetos dando algumas explicações históricas sobre o local, inclusive em português. 




Dicas dadas, agora monte o seu roteiro e aproveite a viagem!!! Nunca esqueça, não espere para chegar no destino para "aproveitar", curta tudo.... o caminho, o trem, a compra do bilhete.... tudo faz parte da viagem e um dia, tudo isso será história. 

Próxima post, Paris!!!!!!

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

ULTIMO POST “MORANDO EM NANTES”




Este post ficou longo, hehehehhe (quantas vezes vocês já leram isso), mas é que dessa vez é especial, afinal é o fechamento de um ciclo.


Ele é tão especial que contará com trilha sonora. Vou postar duas músicas através de videos youtube. Eu os convido a escutá-las enquanto leem este texto. 



Há mais ou menos dois meses, eu penso neste post, o último “morando em Nantes”!!!
Pensava o que escreveria, se me focaria em agradecimentos, ou em pós e contras, ou em uma lista de coisas que vou sentir falta da França e das quais já sinto falta do Brasil ou quem sabe uma reflexão bem filosófica sobre o sentido da vida. Cada dia eu desenhava um post diferente na minha cabeça. Mas hoje (quarta-feira, 04 de dezembro), sentada no meu apartamento cada vez mais vazio, decidi fazer um misto de todas as ideias que tive no maior estilo “joga tudo dentro do liquidificador e vê no que dá!”

Como eu disse, o meu apartamento está cada dia mais vazio. Tenho pensando muito em um texto que li há muitos anos atrás e já reli ele nos últimos tempos várias vezes, inclusive já comentei sobre ele aqui. De autoria da Martha Medeiros, ela fala da fase em que morou no Chile e do seu retorno ao Brasil. Tenho me fixado muito em uma passagem no qual ela diz “estranhos entravam na minha casa e a iam deixando mais vazia e sem alma”. É a mais pura verdade. Não que eu tenha coisas muito valiosas na minha casa ou que eu seja hiper materialista, mas o conjunto desses objetos forma o teu lar e cada coisinha que sai é um pouco do quebra-cabeça que forma o teu home sweet home que se desfaz. 

Neste mesmo texto, mais para o final diz que hoje ela aprendeu a não se apegar às coisas materiais. Acho que isso virá para mim depois, quando eu formar novamente o meu lar.  Neste exato momento, no “olho do furacão” é complicado parar para pensar nisso.

São sentimentos contraditórios, você olha “TUDO” e “TUDO ISSO” deve desaparecer da sua casa em um dia e meio, mas, ao mesmo tempo, cada objeto que vai embora leva um pouco da nossa história.
Pra mim, até hoje o objeto mais difícil foi o berço do Artur. Quando ele passou pela porta de entrada do apartamento não pude mais olhá-lo, deu um nó na garganta... passou um filme na minha cabeça. Desde o dia que o escolhi com a minha amiga Andrea... depois todo o trabalho que eu e o Gustavo passamos para pintá-lo (4 demãos de tinta e lixadas entre elas), todas as tiradas de medidas e fotos para a minha sogra encomendar o protetor de berço. Depois,  o Artur se descobrindo nele, primeiro aprendendo a rolar, a surpresa a primeira vez que o encontrei em posição para engatinhar ou em pé na cama... 
Mas também, os objetos levam a tua história mas deixam um espaço em branco para que o novo seja desenhado.

Durante esse processo de mudança, ficou claro uma coisa que nos damos conta sempre e arranjamos uma desculpa para justificar, A ACUMULAÇÃO!! Nós chegamos aqui há 3 anos, com 4 malas e mais nada! Agora, estamos voltando com 7 caixas despachas por transporte aéreo (mais ou menos uns 150kgs), mais 6 malas de 32kgs com a gente. Fora tudo que já colocamos fora, demos ou vendemos.
A cada “canto” que eu vejo coisas acumuladas faço uma promessa, que no Brasil terei uma casa clean hehehe, mas não sei se conseguirei cumprir essa promessa, veremos
 
Nesse momento de transição, é impossível não se pegar fazendo um bilan, um balanço desses 3 anos.
E entre as várias vezes que eu refleti à respeito, eu me peguei classificando as minhas conclusões. Acho que é vício de blogeira. Achei tão interessante que resolvi compartilhar com vocês.
- O que aprendi na França sorrindo
* é possível estar em um engarrafamento sem precisar buzinar. As pessoas aqui não buzinam mesmo nos congestionamentos. É ótimo, porque buzina não faz o trânsito da hora de pico andar, me desculpe os adeptos dessa prática. 
* Que a gentileza no trânsito faz toda a diferença e NÃO DÓI RETRIBUIR!!!! Como é bom querer pegar uma auto-pista e saber que os outros motoristas vão te deixar entrar, ou quando se quer entrar em uma rua com fila de carros, sempre um motorista te dará passagem.
* Que não dói parar para pedestre nem respeitar ciclista. Também, que ciclistas e pedestres precisam ter noção de regras de trânsito. Realmente, como já dizia o Profeta Gentileza “Gentileza gera Gentileza”. Um dia eu sou pedestre, estou com o meu filho no carrinho e adoro todo mundo parando para atravessarmos a rua (sempre na faixa). Outro dia, sou motorista e paro para as pessoas que estão esperando para atravessar. Uma regra simples e eficaz.
* Que dar “Bom dia”, “Obrigada”, “Com licença”, “Por favor” não dói. Eu já era uma grande fã das palavrinhas mágicas no Brasil, mas aqui descobri que como é agradável ouvir isso sempre e ver que é quase uma “regra” social geral não escrita. 
*Que é possível sim ter um transporte público de qualidade. Mas isso demanda tempo e impenho governamental.
*Que é muito bom poder comprar um vinho de qualidade por uma média de 3 euros a garrafa. 
*Que a vida calma, em uma cidade intermediária é muito bom. A vida em Paris é sedutora mas hoje não trocaria a tranquilidade que tenho em Nantes pela Cidade Luz. 
*Ainda é possível confiar nas pessoas. Quantas vezes compre coisas de particulares pelos correios, no seguintes sistema: você envia o cheque, a pessoa recebe, desconta e envia a mercadoria.Funciona!! 

*Que existem mais queijos franceses do que juga a sua vã filosofia. Ahhhhh, os queijos franceses, já me fazem falta!!!!!!! 
*Que na França você NUNCA, eu disse NUNCA erra ao pedir uma sobremesa. Você pode fechar os olhos e fazer um sorteio às cegas na carte de desserte que você não vai errar.

- Coisas que eu aprendi chorando
* É muito ruim ser estrangeira. Por mais que você tente se adaptar, esteja com a mente aberta para a nova cultura, você sempre traz a sua bagagem, é inevitável. Você sempre tem um sotaque e a maioria dos seus diálogos são seguidos da pergunta “você é de onde?”. Se você é mal tratado em algum lugar, sempre fica a dúvida se a pessoa realmente não está de bom humor ou ela não gosta de estrangeiro. É um sentimento muito estranho. As vezes a impressão que dá que você está invadindo um espaço que não é seu.

*Que família faz falta. Simples assim.
*Que família, mesmo distante pode estar mais perto do que você imagina. Também, simples assim.

*Que você ama muito mais o seu país do que você imaginava.
*Que você é apegada a muito mais coisas do que você pensava.
*Que para o resto do mundo, inclusive Portugal, nós no Brasil falamos “brasileiro”. Isso quando não falamos espanhol.
*Que você é sempre mais forte do que imagina. Parece frase de facebook mas é verdade. Você está longe da família, sozinha, os problemas aparecem você tem que resolver e ponto. Não tem pra quem correr, não tem pra quem delegar é só você e você. No meu caso eu e meu marido que é a minha rocha!

- O que eu levo pra vida
*Que é muito bom poder voltar. Pode parecer bobagem, mas é muito bom ser de um país em que podemos voltar, que não vivemos uma guerra, temos oportunidades, a mulher tem seu espaço. Ai você vai dizer mas vivemos em uma guerra quando analisamos a violência ou a mulher ocupa cargos inferiores comparados ao homens. Sim sim, concordo!! Mas quando a gente mora fora e convive com pessoas de outros países a gente vê que tem muita sorte. Meu marido tem uma colega doutoranda que é da Líbia e ela não quer voltar para lá porque ela não pode trabalhar, só se o marido ou pai autorizar. O Egito, Tunisia, etc estão sempre com os ânimos elevados. Também, eu sou neta e bisneta de refugiados de guerra. A minha família materna é originária da Rússia, então eu cresci ouvindo histórias de sofrimento e dor da fuga, de ter que deixar uma vida toda pra trás, de se separar de familiares e nunca mais ter contato, da dor de ter que se adaptar a uma cultura por obrigação, a humilhação de ter que “mendigar” um país que os aceite, já que não são todos que aceitam refugiados... enfim, como já escreveu Milton Nascimento “Coisa que gosto é poder partir sem ter planos, melhor ainda é poder voltar quando eu quero”.

*Tudo deu certo. Como disse uma amiga minha, estamos voltando porque tudo deu certo e não porque ficamos sem emprego, ou não nos adaptamos ou tivemos problemas com a documentação. Foi tudo perfeito, dentro do esperado e inesperado, já que voltamos com a nossa maior jóia.
*Que virar a página não é fácil. Por mais que seja parte do ciclo dói porque precisamos deixar pra trás a nossa “zona de conforto”, o conhecido para migrar para o novo.

Eu escrevi este post em dois dias, comecei ele esvaziando o apartamento e terminei ele já com o apartamento entregue em um quarto de aparthotel. Foi difícil entregar o apartamento, entregar as chaves, ver a corretora fechar a porta do lugar que foi teu lar, teu porto seguro, foi a primeira casa que teu filho conheceu..... saí com um nó na garganta que continua, é impossível conter as lágrimas em certos momentos Eu quero voltar, estou feliz mas foram 3 anos, fiz amigos, criei uma rotina, me apaixonei pela cidade, me rendi à França.
Nantes sempre terá um espaço muito, mas muito especial no meu coração, nas minhas lembranças, na minha história. 

Última foto do Artur no nosso apartamento. Despedida. 

Tenho certeza que o Artur terá muito orgulho de ter nascido aqui. Mas também mais orgulho ainda de ser brasileiro!!!!

Bom, apesar de ser o meu último post morando em Nantes, eu continuarei com o blog. Tenho já dois posts alinhavados, um sobre Paris e outro sobre o que visitar em torno de Nantes. Também quero contar um pouco das minhas experiências desde aminha gravidez e parto até os trâmites administrativos para se acolher uma visita em casa. 
Também quero aos poucos ir comentando os lugares da França que conhecemos. Fiquem tranquilos, o blog continua. 

Allez!! On bouge!! Em route direction Brésil!!!! 
Vou contar com a ajuda de amigas queridas que ficaram em Nantes para me passar informações fresquinhas. 

"Deu pra ti, baixo astral vou pra Porto Alegre TCHAU!!"

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História de Nantes por fotos



 ... em 1940, o então comandante das forças de ocupação karl Hotz volta à Nantes. Ele foi assassinado no 20 de outubro de 1941, por 3 jovens resistentes vindos de Paris. Em represália, 48 reféns já presos por fazer resistência à ocupação, foram fusilados em Nantes, Paris e Châteaubriant.

Fonte das fotos:
Livro: Retour à Nantes
Autor: Daniel Quesney
Editora: Les Beux Jours
Foto: Cours de 50 Otages, place du Cirque - pg 118 e 119.