Este foi um dos posts mais trabalhosos até hoje e por dois principais motivos. O
primeiro foi que eu tive a idéia sobre o tema mais ou menos 1 mês antes de nos
mudarmos de volta para o Brasil então foi um período punk, não conseguia me
concentrar para escrever. O segundo foi que todos esses lugares nós conhecemos
de carro e a idéia do post foi de indicar os lugares para se visitar em trem,
então tive que pesquisar quais os trens que passavam, média de preços, tempo de
deslocamento etc. Foi difícil mas o
resultado ficou bem legal. Dou uma pequena opinião pessoal sobre os lugares que
já visitamos e coloco alguns dados. Tentei ser sucinta, por isso, posso ter
omitido alguns dados ou informações importantes, então, caso tenham perguntas ou dúvidas, mandem!!! Se eu
souber, terei prazer em respondê-las.
CLISSON
Clisson é
um destino obrigatório para quem está em Nantes, mesmo de passagem bem
rápida. Fica em média a uns 15 minutos de
Nantes e é uma graça.
A cidade
foi destruída em uma das tantas guerras que presenciou (Levante de Vendée em
1793) e foi reconstruída em linhas italianas, estilo da Toscana. Essa linha
arquitetônica ainda pode se ver em alguns prédios da cidade.
Eu gosto
muito de Clisson,com o seu Chatêau à beira do rio Sèvre Nanteaise que, mesmo em
ruinas ainda guarda uma imponência e força.
Como chegar
à Clisson:
- TER
direto, fica entre 15 minutos à meia hora. Valor, em médi 5,60 euros.
A Gare de
Clission fica à 4 minutos a pé do Chatêau e do mercado medieval.
O que
visitar em Clisson:
-Chatêau de
Clisson, o qual o início da construção data do século XI. É lindo, mesmo em ruínas.
-Pont de la
Vallée – fica logo abaixo do castelo. Data do século XV. Construída em granito,
ela possui 5 arcos com tamanhos diferentes. Diz a história que o motivo dos
arcos serem irregulares é que, em caso de uma invasão, se destruiria os arcos
pequenos, assim a cidade ficaria isolada e os arcos maiores permitiriam a fuga
pelo rio.
- Les Halles de Clisson – mercado medieval que data
do século XV, situado bem no centro de Clisson, ao lado do castelo. Até hoje acontece
uma feira nas terças e nas sextas. Esse local abriga o mercado desde a idade
média quando os produtores se deslocavam para bem próximo ao castelo e dessa
forma atrair a atenção dos nobres para seus produtos.
ANGERS
Adoro ir a
Angers. Acho a cidade super simpática, ela é grande, como Nantes e super
agradável. Chegando de carro, o castelo fica bem na entrada da cidade, é
incrível estar chegando e se deparar com aquela fortaleza imponente. Eu já falei de uma visita nossa a Angers
neste post aqui. É um dos meus castelos favoritos.
Um fato
curioso sobre Angers, lá foi assinado o documento que unificou a língua
francesa. Até aquele momento, o país tinha vários dialetos e formas variadas do
francês. Assim, o francês falado em Angers e região é considerado “sem
sotaque”.
Como chegar
à Angers:
- TGV –
tempo: 48 minutos e custa em média, 13 euros.
A Gare de
Angers fica à 3 minutos a pé do chatêau.
O que
visitar em Angers:
- Chatêau
D’Angers: construído em ardósia, entre 1230 e 1240.
Desde 1950
o castelo abriga a coleção de tapes “O Apocalipse” é a maior coleção de tapetes
do mundo. Ela data do século XV.
- Maison
d’Adam – uma casa bem no coração da cidade, em estilo medieval.
- Em frente
ao castelo existem ruelas com construções medievais. Muito lindo, vale muito a
pena dar uma caminhada por lá.
SAINT MALO
Nossa parada
obrigatória todas as vezes que
fomos ao Monte Saint Michel. A parte antiga é murada. Ela foi construída dessa
forma para se proteger contra a invasão dos piratas. Por isso, ela é conhecida
carinhosamente como a “cidade dos piratas”.
Ela fica na
Bretanha, quase divisa com a Normandia. Quase todo o litoral oeste da França
sofre com um fenômeno muito interessante, a maré montante. Isso se observa bem
lá no Monte Saint Michel. É gritante a diferença de nível do mar durante o dia.
Nós passamos um final de semana lá e notamos bem o fenômeno.
Essas fotos foram tiradas do mesmo local, no mesmo dia em diferentes horários. Nelas, se vê bem o fenômeno da maré montante. |
Saint Malo
é um lugar interessante para se passar um final de semana. É possível ir e
voltar de Nantes no mesmo dia, mas se der, vale a penapassar uma noite. A cidade é
super agradável e pode-se fazer toda a parte histórica a pé.
Nós ficamos
no hotel “Anne de Bretagne”e gostamos. Recomendamos.
Como chegar
em Saint-Malo:
- Em TGV ou
TER pode durar de 3 horas à 3h40, e de 30 a 35 euros (em média)
A Gare fica
à 5 minutos caminhando até a “Saint-Malo Intramuros”.
O que
visitar em Saint-Malo:
- Chatêau
de Saint-Malo: hoje abriga a mairie
de Saint-Malo, mas foi construído pelo Duque da Bretanha.
- Catedral
“Saint Vicent de Saint-Malo « , no coração da cidade histórica
- Visite
toda a Saint-Malo Intramuros. Você não vai se arrepender. Lembro até hoje do
impacto quando vi toda aquela cidade murada, foi incrível e inesquecível. Pode-se caminhar por boa parte da muralha,
igual ao Chatêau de Nantes. É muito interessante.
- Piscina
na praia com direito à trampolim. Na década de 20 foi construída uma piscina
dentro do mar, para que se pudesse aproveitar melhor a praia, já que a região é
bem rochosa. A piscina enche todos os dias com a água do mar, que se renova
pela grande variação da maré.
- Curta a
praia. Relaxe, aproveite o verão para sentar na areia e curtir um sol. Não
perca tempo, a estação do sol passa muito rápido!!!
VANNES
Vannes é
uma cidade com um centro medieval muito bem preservado. É lindo!!! Assim como
Saint-Malo ela também tem uma parte intramuros.
Essas
muralhas são resultado da fortificação construída entre os séculos III e XVII,
para proteger a cidade de saqueadores e inimigos.
Como chegar
em Vannes:
1h26min.
Nantes à Vannes em TER direto. 22 euros
em média. 16 minutos caminhando da Gare
até o Chatêau e centro histórico.
O que
visitar em Vannes:
- Catedral
de Vannes – Construída, originalmente em granito e estilo românico em meados
dos anos 1020. Ela passou por vários adaptações, até o século XII, início do
século XIII quando atingiu o estilo gótico. Ela fica dentro da Vannes intramuros.
- Place
Henrie IV – um dos pontos mais famosos da cidade. Se você colocar no google
“Vannes”e clicar em imagens, provavelmente as primeiras fotos serão dessa
praça. Nada mais é do que um espaço, mas
cercado de prédios em estilo medieval.
Logo atrás dessa praça, encontra-se a catedral.
- Vannes
intramuros: Caminhem, caminhem e caminhem!! A cidade é linda, convidativa,
agradável. Uma das saídas da parte velha dá para uma marina, um pôr-do-sol ali
é algo que não se pode perder.
- Jardins
do Chatêau de L’Hermine: Quando nós fomos visitar a cidade, eu só conhecia as
fotos do centro histórico, nunca tinha visto nenhuma foto dos jardins ou do
chatêau. Chegando lá, começamos a seguir as placas para chegar no tal chatêau,
e qual não foi a nossa surpresa quando nos deparamos com os jardins. Algo
lindo, que parece cenário de filme. Para ter visão dos jardins, é preciso sair
da parte murada da cidade, já que ele fica onde seria o “foço” do castelo.
- Chatêau
de L’Hermine: O prédio de hoje data de 1785 e mais nada tem a ver com a
fortificação medieval que existia no mesmo local. Ele foi a residência oficial
dos Duques da Bretanha entre os séculos XIV e XVI.
FOUGÈRES
Fougères é
uma cidade que só tivemos o prazer de visitá-la uma única vez e rapidamente,
mas que gostamos muito. Com um centro histórico muito bem preservado, você se
sente naqueles castelos de desenho animado, algumas torres com telhadinho,
muito legal.
Esse
castelo conta com algumas “modernidades” para a época em que foi construído
(século X), como por exemplo as torres com “banheiros” em cada
andar e uma dessas torres possui uma circunferência perfeita. Isso é significativo considerando que naquela época não era tão óbvio construir uma torre perfeitamente redonda.
Como chegar em Fougères:
3h40 em
trem. De Nantes à Angers em TGV, depois de Angers até Laval e Laval até
Fougères em ônibus. Preço em média 38 euros.
O que
visitar em Fougères:
- Chatêau
de Fougères: É um dos mais imponentes
castelos-forte da França. Ocupa uma superfície de 2 hectares. É visto por
alguns como a “maior fortaleza da Europa”. Realmente impressiona. A vista que
se tem do alto dá a nítida de impressão de estarmos em uma outra época, podemos
nos sentir um pouco na idade média.
Infelizmente, os aposentos dos senhorios estão em ruinas, mas as suas
torres estão intactas. Realmente, este é um lugar que merece uma visita.
O castelo,
assim como seus arredores está classificado como monumento histórico desde
1862.
- La porte
Notre-Dame: Datada do século XV com uma
dupla ponte-levadiça. É a única porta fortificada da cidade que ainda existe.
MONTE SAINT
MICHEL
Este ficou
por último e não por acaso. Um dos lugares mais mágicos que já visitei. Destino
obrigatório para a galera que está passando um tempo em Nantes.
Simplesmente
existe um mosteiro com uma vila medieval ao redor construído em cima de
uma rocha que, por algumas horas do dia é uma ilha. Mais uma linda influência
da maré montante que existe no litoral oeste francês.
Existe um
calendário em que podemos ver quando terá maré alta e por isso eu e o Gustavo
sempre sonhamos em passar uma noite lá, já que existem hotéis na vila medieval
para ver o monte cercado de água. Infelizmente, mais uma coisa que ficará para
depois. Mas, fica a dica, passar um final de semana lá quando estiver previsto
maré alta. Você pode consultar as datas no site oficial do monte, clicando aqui.
A primeira
construção no local, dedicada ao arcanjo São Michel é datada do ano 709. Conta
a história que os monges beneditinos doavam alimento para os pobres uma vez por
semana. Dessa forma, começou a nascer a vila medieval que existe ao redor da
basílica.
Como chegar
no Monte Saint-Michel
- Em trem,
dura 3h30. De Nantes até Rennes em TER e depois
de Rennes até o Monte Saint-Michel em ônibus.
Preço em
média 37,50 euros.
O que
visitar no Monte Saint-Michel
O
Monte-Saint Michel é composto pela vila e pela basílica. A entrada na vila é
gratuita. Você pode passar o dia só nela. Existem restaurantes, lojas, hotéis e
muita coisa linda para visitar.
A entrada
na Basílica é paga, a última vez que fomos custava 8 euros. Mas vale a pena,
porque se tem acesso ao ponto mais alto do monte pela basílica e é incrível
percorrer todos aqueles corredores frios e de pedra e imaginar como aqueles
homens viviam isolados só servindo ao Senhor.
Não precisa pegar visita guiada, o sentido da visita é bem marcado.
Também, existem folhetos dando algumas explicações históricas sobre o local,
inclusive em português.
Dicas dadas, agora monte o seu roteiro e aproveite a viagem!!! Nunca esqueça, não espere para chegar no destino para "aproveitar", curta tudo.... o caminho, o trem, a compra do bilhete.... tudo faz parte da viagem e um dia, tudo isso será história.
Próxima post, Paris!!!!!!
Oi Carina... Meu nome é Danielle, e sou brasileira. Estou planejando passar uns dias em Nantes para ir a um festival em abril e estou completamente perdida... nunca fui à Europa antes. Você tem e-mail e disposição de ajudar ma desconhecida? :) Feliz ano novo!
ResponderExcluirOi Danielle, tenho sim. Pode escrever para o endereço:
Excluirmorandoemnantes@gmail.com
Fico aguardando a tua mensgem. Um abraço e pra ti tb, um feliz ano novo.