Faz uns dias que vi este vídeo sobre Nantes. Extrema sensibilidade e profissionalismo. Realmente ficou lindo.
Fico até um pouco saudosista, porque quanto mais se aproxima o momento de voltar pro Basil, mais pena me dá de deixar pra trás essa cidade tão querida, simpática e que só tenho boas recordações pra levar.
Ms a vida continua e sempre soubemos que não seria pra sempre.
Esse vídeo servirá para mostrar ao meu filho, no futuro, o quão linda é a cidade onde ele nasceu.
Este vídeo foi realizado pela Mehdi Media Productions Audiovisualle, uma produtora localizada na cidade de La Châtaigneraie, a 20 minutos de Nantes, em carro.
Para assistir ao vídeo clique neste link.
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sábado, 25 de maio de 2013
quinta-feira, 23 de maio de 2013
Comendo em Nantes
Na
sequência do post sobre “Comendo na França”, acho legal comentar um pouco sobre a "gastronomia" de Nantes, de uma forma despretensiosa.
Nada melhor do que começar por uma especialidade bretã e nantesa – já que Nantes sofre da crise de identidade
de ser e não ser bretã, que já comentei em outro post – o crepe.
Algo
precisa ser dito sobre o crepe: crepe é só doce, salgado, aqui, se chama galette e é feito com farinha de trigo
escura. Confesso que a primeira vez que comi não me atraiu, nem na segunda, nem
na terceira hahahaha..... era um prato que eu nunca pude dizer que não gostava,
mas se pudesse escolher outro, escolheria. Foi durante a gravidez que
desenvolvi um grande gosto pela galette
e desde então sou uma grande fã.
Ao
contrário da forma que os crepes foram introduzidos no Brasil, aqui eles são
bem mais simples, com menos ingredientes.
Uma coisa
que é legal saber é que, tudo que tu escolheres e tiver “ovo”, tanto galette, pizza, massa... o ovo será cru
em cima do prato escolhido, ele deverá cozinhar com o calor do alimento. Então,
se não gosta de ovo cru, sempre peça para ser sem ovo.
Aqui em
Nantes, tem uma crêperie que é o meu xodó, a
Saint Croix. Ela fica numa região do centro da cidade bem legal, o Bouffay, o
bairro boêmio de Nantes. Ela data de 1948, tem um prédio bem pitoresco e as
galettes e crepes são uma delícia. Os pratos estão descritos na carta em
francês e inglês.
O legal também são os preços, eles tem menus que ficam em
torno de 10 euros, com galette, crepe de sobremesa e bebida – cidra. Esse é
outro detalhe, a cidra é uma bebida típica bretã e é ela que tradicionalmente
acompanha as galettes, mesmo com a visão que temos no Brasil sobre a cidra,
acho que vale a pena provar, eu, particularmente gosto.
Quando se
fala em restaurante em Nantes, não podemos esquecer do mais tradicional, La Cigale. Restaurante francês, com um
pouco mais de uma centena de anos e
qualidade top. Claro que o preço acompanha a qualidade e o prestígio, uma janta
para dois, acessível, com vinho, pagável, pode chegar tranquilamente a 80 euros, mas não
decepciona. Ele é tão procurado que conseguir jantar lá, só com reserva.
O que
também é tradicional nesse restaurante é o café da manhã. Como o restaurante fica em frente ao teatro de Nantes, quando os artistas
terminavam suas apresentações, eles iam tomar o café da manhã no La Cigale.
Só o restaurante em si já vale a ida, ele tem
uma arquitetura muito legal, com uma decoração lindíssima.
Eu ainda
não fui tomar o café da manhã, mas farei antes de voltar ao Brasil.
Claro que
Nantes tem vários outros restaurantes de qualidade, mas acho que esses dois são
bem característicos da cidade.
Se o
objetivo for só beber, Nantes conta com vários pubs bem legais. Um dos mais
tradicionais, é o John Mc Byrn, um pub típico irlandês, inclusive é por lá que o Saint Patric’s Day em Nantes
acontece. Ele é super bem localizado,
entre as duas vielas mais movimentadas do bairro.
Mas, se
quer beber um pint- copo de cerveja
de 500ml – barata o local é o Pti Zinc,
na diagonal do John Mc Byrn.
Se, o lance
for beber cervejas “diferentes”o lugar é o Café Delirium. Trata-se de um bar belga, com uma variedade absurda de cervejas,
segundo o site deles, 420 cerveja diferentes de 20 países !!!!
Pra quem já foi a Bruxelas, sim... é o mesmo bar que existe na cidade e que
está no livro dos records como o bar com a maior variedades de cervejas
disponíveis.
Não muito
longe do John Mc Byrn, tem um local
que eu adoro, a sorveteria Amorino! Deus!!! Nada é ruim lá... nada... o
sorvete é dos deuses. No inverno, eles tem chocolates quentes de enlouquecer.
Eu digo ”chocolates” porque tu chegas e
pede um chocolate quente e eles te apresentam uma carta com uma lista enorme,
que chega a confundir hehehehehe. Mas vale muito a pena, é lindo, agradável e saboroso.
O bairro
Bouffay a noite tem uma atmosfera muito legal, vale muito a pena aproveitar
seja para só beber ou comer ou comer e depois beber hehehehe ou simplesmente
passear pra comer um kebab – que eu já comentei neste post o que é :) ou simplesmente, só pra passear.
quinta-feira, 16 de maio de 2013
Comendo na França
A cozinha
francesa é uma das mais prestigiadas e apreciadas no mundo. Não é por menos, a
relação dos franceses com a comida é bem peculiar. O francês não come só por necessidade
física, ele tem a refeição com um
momento de prazer, de apreciação, uma arte. Siiimmmm, a cozinha pra eles é arte, as
receitas são muitas vezes quase poemas. Pode-se observar isso no filme Les saveurs du palais, recomendo, até porque basea-se em fatos reais.
A forma
como um francês aprecia a comida é bem diferente da nossa – não digo que estamos
“errados” na nossa forma de apreciar uma
refeição - nós apreciamos muito mais a “gula”, a quantidade, a fartura. Já o
francês aprecia os sabores, degustar, tentar identificar cada ingrediente,
tentar entender qual a combinação de elementos que levou a certo sabor.
Na França,
a forma de servir as refeições será sempre em formule, le menu. Obs.: O que
pra nós é “menu”, pra eles é carte.
Le menu ou la formule é a refeição composta, normalmente pela entrada, prato principal
ou de resistência, sobremesa. Essa combinação, vemos normalmente nos
restaurantes. Sempre te perguntarão se
querem café – caso agradeça – o garçom, já vai trazer a conta, normalmente.
É incrível
como é forte a cultura do pão e queijo. Muitos restaurantes vão trazer para a mesa, enquanto espera-se a entrada, pedaços de pão – baguette .
O serveur -
e não garçon, que é garoto em francês - vai
perguntar se quer algo para beber, provavelmente esta será a única vez durante
a refeição que vão te oferecer bebida.
Uma coisa
legal na França é que podemos pedir une carafe d'eau, será uma jarra d’água,
que não é mineral, mas é de graça. Normalmente quando se pede uma garrafa de
vinho, o serveur já vai trazer esta garrafa d’água automaticamente.
No prato
principal, normalmente será perguntado a cuisson da carne – o ponto – caso você
tenha pedido carne, eu sempre peço bien cuit- bem passada – porque ainda acho
o au point um pouco crua.
Se, as
vezes para o prato principal podemos ter um pouco de receio por nos deparar com
pratos pouco convencionais na nossa cozinha diária, como coelho, pato, nas sobremesas a história é outra.
Eu brinco
que, caso tenha dúvidas, feche os olhos e aponte para a carta de sobremesas e
será uma ótima escolha. No meu ponto de vista, as sobremesas francesas são as
melhores! Até hoje não me arrependi de nenhuma que eu peguei – pra terem uma
noção, nunca peço sorvete porque acho um “desperdício”.
Claro que
tenho a minha preferida, o crème brûleé, seguido pela île flottante- que
Deus abençoe quem criou essas duas maravilhas, simples, porém deliciosas.
Acho que
não custa fazer uma pequena lista de itens que temos que prestar atenção quando
comemos em restaurantes na França:
- Menu é a
fórmula, normalmente composta por entrada, prato principal e sobremesa. Onde você vai fazer a escolha do que pedir é a carte.
- Garçon é
garoto em francês, nunca, em hipótese alguma chame quem vai serví-lo dessa
maneira. Aqui eles são os serveurs, mas dirija-se a eles por monsieur, madame ou mademoiselle, conforme for o caso.
Já me disseram aqui que “garçon”pode ser o serveur de “pubs”, mas na
dúvida, prefiro não arriscar.
- Se não
gosta de carne mal passada, peça sempre bien cuit.
- Se não se
importar em não beber água mineral, peça uma carafe d’eau, que será grátis.
- Tartare
não tem nada a ver com “torta” ou algo do gênero, será um preparado de carne
crua com vários temperos. Os franceses se deliciam, mas as vezes, pra nós, a carne
de boi crua pode ser um pouco demais e também, não é todo o restaurante que
reserva uma boa carne para realizar o prato.
- Andouillette, principalmente na
região da Bretanha, é uma salsinha de tripas de porco, é uma tripa dentro da
outra. Dizem que o odor de intestino é horrível. Então, tome cuidado ao escolher.
Há quem aprecie.
- Se o serveur te oferecer café e você agradecer, ele provavelmente lhe trará a
conta, isso não é uma grosseria, ele só concluiu que você terminou a
refeição.... aquela coisa que temos, de as vezes ainda ficar bebendo um pouco
depois, conversando, é só nos pubs que se tem essa cultura.
Depois de
quase 3 anos morando na França, confesso que vou voltar pro Brasil com uma
outra visão com relação a comida, não totalmente “a francesa” porque ainda
tenho muito preconceito com relação a certos pratos, mas principalmente,
apreciando mais os sabores e com muita vontade de redescobrir a comida
brasileira.
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